Viajar para Argentina pode ficar mais caro após medidas de Milei?

Sexta-Feira, 15 de Dezembro de 2023

Viajar para Argentina pode ficar mais caro após medidas de Milei?

Viajar para a Argentina pode ficar mais caro para os turistas nos próximos meses, com as medidas que o novo presidente Javier Milei está implementando para tentar baixar a inflação. O país vizinho, porém, deve continuar sendo um destino comparativamente barato para os brasileiros, dizem economistas.

Os pagamentos com cartão de crédito, antes desvantajosos em relação ao dinheiro, também deixaram de ser desfavoráveis, pelo menos por enquanto. Os especialistas ponderam que o dólar e os preços estão muito voláteis no país nesse momento, então ainda é difícil fazer a conta na ponta do lápis.

"Vir a Buenos Aires, Mendoza, 'Brasiloche', como chamamos Bariloche, vai seguir sendo barato para vocês brasileiros, mas não vai voltar a ser como foi nesse último inverno. O dólar ou o real vai valer o mesmo, enquanto os preços vão subir cerca de 25% por mês, nos próximos dois ou três meses", resume Andrés Borenstein, professor de macroeconomia da Universidade Torcuato di Tella.

A Argentina tem hoje muitas limitações para a compra de dólares e convive com várias cotações diferentes, a depender do setor. São políticas usadas até aqui para tentar conter a fuga da moeda americana, já que a nação vive uma escassez histórica de reservas, causada por altas dívidas externas contraídas ao longo de suas diversas crises.

Para entender por que a viagem pode ficar mais cara, é preciso conhecer dois desses câmbios: o dólar oficial, que é usado em transações comerciais, bancárias e financeiras de grande volume, e o dólar paralelo "blue", que é o encontrado em espécie por turistas nas casas de câmbio paralelas e na Western Union, por exemplo. Ele não é controlado pelo governo, mas pela oferta e demanda.

Fonte: O tempo