Com ajuda de voluntários, eles saíram da rua e ganharam um lar em BH
Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2023
Quando Adelmar Rodrigues saiu de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, para tentar uma vida melhor em Belo Horizonte, não encontrou o sonhado emprego. A solução para a sobrevivência foi morar debaixo de uma lona num local bem próximo à Câmara Municipal e trabalhar como cuidador de carros, para ganhar uns trocados. Por dez anos, ele e sua companheira, Alessandra Vieira, passaram por percalços de quem não tem onde morar.
A realidade mudou quando um projeto social criado por um grupo de amigos trouxe uma nova perspectiva para a vida do casal. Há cerca de dois anos, o grupo paga parte do aluguel de um barracão no bairro Santa Efigênia para Adelmar e Alessandra. Ele continua trabalhando como cuidador de carros no mesmo lugar, mas com uma rotina completamente diferente. “Gosto de fazer comida, de tomar banho, arrumar a casa, assistir a filmes e novelas. Gosto de ficar dentro de casa em paz”, relata Adelmar, de 56 anos.
De acordo com o censo da população em situação de rua feito pela Prefeitura de Belo Horizonte, há atualmente 5.344 pessoas nessa condição. Com o valor dos aluguéis nas alturas, é muito difícil para boa parte delas sair da rua sem ajuda. Afinal, sem endereço, fica quase impossível alguém conseguir emprego e obter renda, de onde viria o dinheiro para o pagamento de um aluguel.
Pensando nessa situação, a servidora pública Deborah Amaral decidiu fazer uma espécie de vaquinha entre amigos para pagar aluguel para uma pessoa sair da rua. Ajudaram primeiro um, depois outro… em dois anos, o projeto cresceu e hoje beneficia 34 pessoas em 29 residências, utilizando um orçamento mensal de aproximadamente R$ 23 mil - dinheiro arrecadado unicamente por meio de doações.
“A partir do momento em a pessoa tem onde dormir, tem onde tomar um banho, isso a leva a conquistar outras coisas que ela precisa, como arrumar um emprego, retomar laços familiares e cuidar da saúde”, argumenta Deborah Amaral.
Fonte: O tempo