Cinco pessoas são presas suspeitas de desviar equipamentos de tecnologia e provocar prejuízo de R$ 2 milhões a empresa
Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2023

Cinco pessoas foram presas durante a "Operação Inclusão Digital Social" da Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (13), suspeitas de desviar equipamentos de uma empresa de tecnologia, uma das vencedoras da licitação do programa “Vila mais Conectada” da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
O grupo criminoso, de acordo com as investigações, atuava na capital mineira e em Pedro Leopoldo e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana. Seis mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
Fontes ligadas às apurações apontam que a prefeitura investiu R$ 40 milhões na implementação de tecnologia para gerar internet gratuita em 218 vilas e favelas de BH. Outros R$ 20 milhões foram reservados para a manutenção da rede.
Durante a fase de implantação, a PBH deparou com grande resistência nas comunidades e as instalações eram alvos constantes de vandalismo. Segundo a Polícia Civil, criminosos atuavam para impedir a instalação da rede, acreditando que o serviço iria ampliar a atuação do programa “Olho Vivo” nas comunidades.
Uma denúncia levou a polícia a investigar funcionários de uma das empresas que venceu a licitação. Os policiais descobriram que equipamentos eram furtados da rede instalada.
Como a empresa era obrigada a manter o serviço funcionando, ela acumulava prejuízo na substituição dos materiais desviados. Um dos dirigentes estima que o rombo aos cofres da empresa possa ter alcançado R$ 2 milhões.
Ainda segundo a Polícia Civil, um transmissor tem o custo de R$ 6 mil. Dezenas desses aparelhos foram levados. O custo total para a manutenção da rede, ainda de acordo com a instituição, é de R$ 21 mil para cada instalação.
Os investigadores descobriram que funcionários da empresa estavam envolvidos no esquema. Um deles foi flagrado retirando os equipamentos do local de instalação.
Durante a investigação da polícia, o funcionário pediu demissão da empresa, o que chamou a atenção das autoridades. Ele era tratado como homem de confiança de um dos dirigentes. Outros quatro empregados podem estar envolvidos no desvio dos materiais.
A polícia concluiu sobre a participação deles depois de fazer o rastreio dos veículos. Os carros utilizados pelo grupo foram flagrados pelo GPS nos mesmos endereços cujos equipamentos haviam sido furtados.
Para não levantar a suspeita dos moradores, segundo a polícia, primeiramente, os criminosos vandalizavam a rede. Com o sinal de internet interrompido, eles seguiam para os endereços como se estivessem realizando uma manutenção. A partir daí os aparelhos eram desviados. Cada aparelho furtado pelo grupo pode atender a 10 mil clientes, o que pode levar a lucros robustos.
Fonte: G1