Relatos: ‘Síndrome da filha mais velha’ expõe sobrecarga e traumas de primogênitas

Uma dessas postagens que levanta esse paralelo foi feita pela usuária Israa Nazir e é acompanhada por inúmeros relatos de pessoas que dizem viver a mesma situação. “Filha mais velha aqui. Eu passei a minha infância gerenciando as emoções dos meus pais, sendo mãe dos meus irmãos. Passei a minha infância cumprindo o papel dos meus pais. Estou cheia. Não quero mais”, confessa a usuária “Brige_Mae_”. O comentário ultrapassa os 2,8 mil likes. Outro relato que reforça o coro é de uma mulher chamada Alexis. Ela diz que também é a filha mais velha e que aguentou muito quando criança. “Eu apenas não tenho energia para cuidar de outro humano”, diz.
Os impactos causados por assumir o cuidados dos irmãos ou até mesmo outras responsabilidades relacionadas à vida doméstica também se estendem para outras áreas. É isso o que explica a psicóloga Elayne Novais. Especialista em terapia cognitivo-comportamental, ela afirma que a filha mais velha pode acabar assumindo inúmeras tarefas, fazendo com que a carga e o cansaço físico sejam visíveis, mas que o peso e dor emocional passem despercebidos.
Ainda, conforme a psicóloga, mulheres que passam por essas situações podem acabar desenvolvendo estruturas mentais de funcionamento mais rígidas, o que dificulta ações importantes para o bem estar emocional como o simples ato de pedir ajuda. “A mente entende que elas ‘dão conta de tudo sozinhas’. Elas também se tornam mulheres que se sentem sobrecarregadas, muitas não conseguem delegar tarefas a outras pessoas e acabam sacrificando exageradamente seus desejos e momentos de lazer, que também são essenciais para a saúde mental”, acrescenta
Fonte: Sete Lagoas.com