PM adota arte marcial japonesa para reduzir danos em abordagens

Apesar de a qualificação ocorrer em um contexto de investigações na Corregedoria de casos de policiais acusados de uso excessivo da força, como o assassinato de um homem por um agente de segurança na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e agora o espancamento de um casal em Paineiras, na região Central de Minas Gerais, o porta-voz explica que ela não tem ligação com um aumento de denúncias neste sentido. “A cada minuto que passa, dezenas de pessoas são abordadas pela polícia nos 853 municípios. Mais de 38 mil homens e mulheres da corporação recebem ligações, pedidos de ajudas de pessoas e precisam intervir. Nessas abordagens são apreendidas armas, por exemplo, que poderiam ser usadas em feminicídios. Mas muitas abordagens têm resistência e os policiais precisam usar de imobilização e táticas necessárias para realizar as prisões”, diz.
Segundo Santiago, a corporação não tem registrado aumento nos casos de denúncias contra policiais em abordagens truculentas e sim de situações que viralizam nas redes em função do maior acesso às câmeras e internet. “Hoje, mesmo na comunidade mais longínqua as pessoas têm celular. Qualquer desvio de conduta a gente sabe que vai aparecer porque as pessoas têm comunicação por meio de celulares. Sempre vai ter alguém filmando. Só que os casos não chegam a 1% do número de abordagens que são realizadas. Óbvio que se tiver abuso nós nunca vamos admitir e o policial vai responder pelo crime, como já tivemos policiais excluídos por praticar tortura. Nossa apuração é rigorosa e não tentamos justificar casos de desvio de conduta”, garante.
O uso da técnica de aikido seria, então, segundo Santiago, uma forma de garantir alternativas para as abordagens que ocorrem diariamente. Ele pondera, no entanto, que é preciso avaliar caso a caso. Nas situações em que há um risco ou exposição a arma de fogo do suspeito abordado, não seria essa a melhor estratégia.