Notas falsas, e-mail para farmacêutica: Polícia Federal descobre mais detalhes do caso Renato Cariani

Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2023

Notas falsas, e-mail para farmacêutica: Polícia Federal descobre mais detalhes do caso Renato Cariani

O fisiculturista e influenciador Renato Cariani foi alvo de uma operação policial esta semana. Segundo a PF, Cariani usou o nome de grandes empresas para maquiar um esquema de venda de produtos químicos para a fabricação de drogas.

O Fantástico detalha a investigação e revela: a empresa de Renato já havia sido citada no depoimento de um traficante condenado em 2016.

Cariani tem mais de 7,5 milhões de seguidores em apenas uma rede social. Na internet, ele sugeria suplementos como whey protein e creatina, mas segundo as autoridades, secretamente ele vendia produtos para a fabricação de crack e cocaína.

As investigações da PF mostraram que a Anidrol, empresa de Diadema (SP) da qual Renato se tornou sócio em 2008, vendeu produtos químicos controlados para o tráfico mascarando esses desvios como se tivessem sido transações legais com grandes indústrias químicas.

A polícia fez uma estimativa desses repasses para o crime, considerando apenas as transações fictícias para uma dessas empresas. Segundo a investigação, a Anidrol vendeu:

três tipos de solventes - os 2.050 litros no total podem produzir 1.640kg de cocaína

substâncias em pó que podem servir para adulterar a mesma droga e poderiam produzir 15,8 toneladas da droga

4.875kg de fenacetina, que podem gerar 12,2 toneladas de crack

A empresa Anidrol chamou a atenção da Receita Federal em 2015, com duas notas emitidas para a a AstraZeneca. A multinacional, no entanto, disse que os produtos referentes às notas jamais ingressaram em suas dependências e que nem compra a substância de um fornecedor nacional.

E para onde ia todo esse material? De acordo com as autoridades, para as mãos do tráfico. Em outra investigação, em 2016, a Polícia Civil encontrou produtos da Anidrol com um traficante.

Ao ser investigado pela Polícia Civil no caso das notas falsas, Cariani apresentou uma troca de e-mails com um suposto representante da AstraZeneca - Augusto Guerra, que assinava como diretor nacional de compras da multinacional - e afirmou ainda, em 2021, que chegou a se encontrar com um representante da farmacêutica.

O inquérito nunca chegou a descobrir quem seria Augusto Guerra e foi arquivado no início deste ano, mas a Polícia Federal descobriu que quem fazia os pagamentos das notas eram pessoas diretamente ligadas a um amigo de Renato Cariani chamado Fábio Spinola.

Fonte: G1